segunda-feira, 21 de maio de 2012

O destino das almas

              Todo dia o Sol levanta, e a gente canta o Sol de Todo Dia...um sonhador não morre nunca.
 Mas agora vamos às últimas palavras do amado filósofo Sócrates:
                   ¨Mas, já o sol estava próximo de recolher-se¨ .Chega a hora do ocaso: ocaso do sol, ocaso da fala. Serenamente - ressalta  o texto de Platão-, Sócrates segura a taça e bebe o veneno. Suas derradeiras palavras são dirigidas a Críton: ¨ Críton, devemos um galo a Asclépio ;não te esqueças  de pagar essa dívida¨.
        A boca finalmente-mas só então-cerrada.
        No ar, até hoje, oraculares, as últimas palavras, a provocar inúmeras interpretações.


Vale, todavia lembrar: mas que advinhar, como o cisne, a possibilidade da luz após a escuridão_da vida depois da morte_, o galo anuncia a aurora que desponta, como arauto do novo dia, da vitória da luz, do retorno de Apolo. Quanto a Asclépio, é o deus da medicina e da saúde, vencedor da doença _ e da morte. Talvez as últimas palavras de Sócrates falem de saúde, sejam uma saudação¨.
        Com exemplar modéstia helênica, que recusa aos homens a desmesura, a ultrapassagem de sua medida, Sócrates _ o Filósofo _ com a paciencia do perfeito amante (da sabedoria), espera. E, enquanto espera, fala: falar, desenrolar seu discurso, o fio luminoso de seu lógos, é seu modo de esperar e de urdir racionalmente a esperança. E porque resta algum tempo até a cicuta, é possível falar ainda _ sempre hipoteticamente_ sobre o que viria depois.
         O território da argumentação racional está, porém, exaurido. É a vez do mito: a última parte do Fédon é um mito sobre o destino das almas.
         Mas, ¨já o sol...¨.

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ps. sei, não sei

Elul

Que mês hein! Pra mim tbm teve  tentativas de maldades miúdas, porq o assassinato do americano foi terrível. Não, ele não foi pro céu na hor...