Esse livro eu não conseguia deixar de lado enquanto lia. Mas antes de emitir minha opinião opinar, devo citar olhem a passagem de Vivaldo da Costa Lima¹ sobre outro livro de Saramago, Manual de Pintura e Caligrafia, de 1983:
"Despeço-me dos mortos, mas não para os esquecer. Esquecê-los, creio, seria o primeiro sinal de minha morte. Além disso, após esta viagem de escrever tantas páginas, fez-se-me convicção que devemos levantar do chão os nossos mortos, afastar de seus rostos, agora só osso e cavidades vazias, a terra solta, e recomeçar a aprender a fraternidade por aí"
Vemos em seus livros a procura pelo afeto perdido no tempo atual, resgatando-o. A série The Walking Dead, onde zumbis atacam os vivos, foi comparada a um filme sobre esse livro, e também com o livro em um artigo de Jerônimo Teixeira
Saramago em seu mundo desceu até o fundo do poço..... Creio que criativamente isso justifica a bizarra carga magnânima da personagem vivida pela super-mulher do oftalmologista.
Não sigo a série dos zumbis e nem vi o filme sobre o livro, mas, em relação ao último, talvez um outro diretor, ou uma outra produção fizesse uma transposição melhor, considerando linguagens tão diversas.
"Ao dizer palavras que nunca tinha dito antes, aprendi o que antes não sabia."
José Saramago, In Nomine Dei ..........................................................................................................................
José Saramago, In Nomine Dei ..........................................................................................................................
¹ A MORTE E O MORRER (Uma abordagem antropológica). Palestra proferida na FACS (Faculdades Salvador), em 6 de outubro de 1999