Mainha Pequenita

Pequenita chamada de "mainha" pelos netos* era muito vivaz e curiosa à respeito das novidades, fan de pó de arroz,  alfazema Suissa, de Dalva de Oliveira>>>

" Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem..lálálá" edit: gnt quem cantava isso era painho Lourival 

Na cama de painho, despediu-se de mim: 

_"Eu não vou morrer"..😢

_ Deus lhe abençoe👣🌊👐

Seguia todas as indicações médicas da boa saúde preventivamente. Não ficava se internando, nem sofreu a decrepitude das doenças, só que aos 86 anos os rins falharam. Estava lá em casa pra fazer a revisão da diabetes. Numa tarde foi tomar banho e não saiu do banheiro. Bati na porta: 

_Mainha! 

Nenhuma resposta..

Abri a porta e ela estava sentadinha  tentando fechar o espartilho, sem forças.  Aí  a carregamos pra cama onde terminei de lhe fazer a toilete:

 _Mainha, quer passar o pó de arroz? _ Assentiu-me com a cabeça. Dei -lhe(com mesóclise mesmo ) uma pera, raspando com a colher, mas já não engolia bem.. 

Aos 80 anos ainda matava porco, fazia as linguiças... 

Eu ajudava limpando as tripas finas no rio Paraguaçu para serem fritas e comidas com farofia e café 

😋Gentenn que coisa coisada! as grossas eram recheadas... e exportadas para os escolhidos.Isto era nas férias

Uma  vez  participei do ritual completo. Desde a caça no quintal

Chamamos meu primo Gatú , de São Paulo(estudava medicina em Pouso Alegre - MG). 

Era pra ajudar, mas o porco 'tava arisco e saiu correndo pelo  quintal. E nós correndo atrás. Ele até que ajudou a pegar o bicho mas começou a amarelar depois que ela deu a facada  no pescoço, enquanto eu  segurava. 

Gatú quase desmaiou e saiu correndo tal qual o suíno. Sobrou pra nós duas terminarmos tudo.  Deus o tenha. Morreu ano depois em um acidente trágico com  mais quatro colegas esmagados por uma carreta desgovernada.  Fizeram eles uma ultrapassagem proíbida  na estrada entre São Paulo e Minas..???Ou foi o caminhão??

Um médico se assustar com sangue é bem estranho, não é?. 

Me chamava de florzinha. Não participei das noitadas dele nas boites de Itaberaba, nem dos churrascos nas fazendas das moças bonitas da região, só pensava em brincadeiras e banhos de rio, oras. Domíamos em quartos com uma grande porta entre eles, plus uma tramela de ferro, e toda noite Mainha vinha conferir se a porta do meu lado estava bem trancada

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Penso na verdade que ela já era escaldada de uma historinha trágica entre primos, vide Raimundinho x Celeste

Em uma carta, minha mãe biológica  Célia pediu a ela que  cuidasse da gente(eu e minha irmã) e foi embora em meio à confusão entre meu pai e a outra. Já grávida de outro homem(diziam que estava  endemoninhada)😱e que  a família da rival vivia na "macumba"kkkkkkkhjhgfjjj

&

Não foi nada fácil pra D Pequenita...casada aos 14 anos,  o primeiro  filho deficiente (tio Nonô) 

Duas filhas pequenas mortas  uma no fogo e outra afogada

*"O verbo está no presente porque o que ela dizia continua valendo, no presente,  para quem quiser aproveitar".

  Nasceu em 02-08-1897 e faleceu em 23-07-1984.
Filha de Eugenio José das Neves, (filho de Constantino José das Neves e de dona Maria do Espírito Santo Neves).

E de dona Victalina Amaral Neves (filha de Ursulino(Sulino)Francisco do Amaral e de dona Joana Rosa do Amaral